quinta-feira, 31 de outubro de 2013

RESENHA: Gênesis, de Bernard Beckett


Título original: Genesis                                  
Autor: Bernard Beckett
Ano de publicação: 2009
Editora: Intrínseca
Nota: 5/5 

"Em uma Terra devastada nasce uma nova sociedade. Separados do mundo exterior por uma cerca em pleno oceano, seus habitantes vivem em absoluto isolamento - aviões que se aproximam são abatidos; refugiados, executados. Até que um soldado escolhe romper com as regras e, em vez de disparar, resgata das águas uma menina. Ele muda para sempre o curso da História."

Gênesis foi um dos livros que comprei por menos de $10 no estante da Intrínseca na Bienal. A maioria das pessoas que eu via lá estavam o carregando e depois vi muita gente postando fotos do livro. Nunca tinha ouvido falar, nem no livro, nem no autor; mas confesso que e surpreendi. Muito.

O livro começa com Anaximandra, que está fazendo um teste para entrar para A Academia, instituição que governa a sociedade atual. O teste tem duração de quatro horas, e é todo baseado na vida de Adam Forde o cara da sinopse, um cara que resgatou uma sobrevivente em uma época onde isso era proibido. 

Quando lhe é dada a função de vigia, Adam atira em seu colega de posto e salva Eve, a sobrevivente, infringindo assim as leis e sendo sentenciado à uma pena - inicialmente a intenção era matá-lo, mas chegam a conclusão de que isso podia gerar rebeliões, então o mandam tomar conta de um robô com com cara de orangotango e inteligência artificial, o Art.

Grande parte da história se desenrola a partir de diálogos entre os dois, e a frase da capa "O que realmente significa ser humano?" se aplica muito bem.

O legal de tudo isso é que a história do Adam é contada a partir da entrevista da Anax. O livro é dividido entre as quatro horas e os intervalos entre elas. Durante essas horas, a personagem principal é questionada sobre o assunto que escolheu para o teste, a vida de Adam, e assim ficamos sabendo mais sobre ele. Anax reproduz diálogos e faz uso de hologramas, diversificando partes do texto.

O livro conta com questões filosóficas e históricas (ou quase isso, já que nada que é histórico no livro realmente aconteceu), e as falas dos personagens são bem estruturadas e desenvolvidas. Gênesis não é grande, são só 173 páginas, mas a história presente ali é extensa e abrange muita coisa.

Eu tive um treco no final. Não que o livro tenha perdido qualidade, isso na verdade foi bem genial, mas é chocante. O que se descobre nas últimas páginas te faz pensar "mas ué, como assim?" (talvez eu tenha feito o uso de palavrões) e fiquei repetindo "A Anax... O Péricles..." por um tempão fora ter que me segurar pra não contar o que acontece pros meus amigos. O que o autor fez foi com certeza uma ousadia (QUEM DIABOS FAZ UMA COISA DESSAS? UGH) e eu o admiro por isso. Se soubesse desde o início o que descobri nas últimas páginas não leria o livro da mesma forma e agradeço por não saber.

De qualquer forma, recomendo muito o livro, é bem rápido de ler (eu levei dois dias, mas assumo que enrolei e enrolei e enrolei porque ficava assistindo à séries de TV) e a história flui com facilidade. É bastante informação, mas nada é simplesmente jogado ali e dá pra levar numa boa.

Alguém aqui já leu? Se sim, ficaram tão chocados quanto eu no final? E quem não leu, foram atraídos pelo livro e "sua grande descoberta"? Comente aqui em baixo me contando. :)

Laura.

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