quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

RESENHA: Fahrenheit 451, de Ray Bradbury


Título original: Fahrenheit 451                               
Autor: Ray Bradbury
Ano de publicação: 2009
Editora: Globo
Nota: 4/5 

"A obra de Bradbury descreve um governo totalitário, num futuro incerto mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instaladas em suas casas ou em praças ao ar livre. O livro conta a história de Guy Montag, que no início tem prazer com sua profissão de bombeiro, cuja função nessa sociedade imune a incêndios é queimar livros e tudo que diga respeito à leitura. Quando Montag conhece Clarisse McClellan, uma menina de dezesseis anos que reflete sobre o mundo à sua volta e que o instiga a fazer o mesmo, ele percebe o quanto tem sido infeliz no seu relacionamento com a esposa, Mildred. Ele passa a se sentir incomodado com sua profissão e descontente com a autoridade e com os cidadãos. A partir daí, o protagonista tenta mudar a sociedade e encontrar sua felicidade."


Quando ouvi falar desse livro eu esperava mais uma dessas famosas distopias do momento. Mas, muito pelo contrário, além de ser totalmente diferente - além de mais 'adulto' -  o livro foi lançado na década de 50 nos EUA.

Fahrenheit 451 traz uma sociedade na  qual o sofrimento não existe. No entanto, pra isso acontecer, as pessoas pararam de se apegar umas as outras, de terem conversas significativas e a leitura foi proibida pelo governo - por não ser igualitária com todas as pessoas. O personagem principal (que não é um adolescente rebelde contra a sociedade ~choque~) se chama Guy Montag e é um bombeiro. Só que nessa sociedade todas casas tem uma proteção contra o fogo, então o que ele faz é ir na casa de pessoas que possuem livros e queimá-los.

No entanto, Montag conhece uma menina chamada Clarisse que o faz refletir sobre sua vida. Só assim ele percebe os defeitos na sociedade, as vidas vazias, o entretenimento barato, o pouco valor a vida, entre outros problemas. Começa a perceber que na verdade ele é extremamente infeliz, por mais feliz que parecesse. E começa a pensar sobre os livros, o que será que tem pra serem proibidos? Porque ele tem que queimá-los?

A única coisa que não gostei muito do livro foi que algumas coisas acontecem meio rápido demais. Como o protagonista acabou de contestar sua vida inteira ele está meio perdido, e ao tentar se restabelecer ele faz com que certas coisas aconteçam rapidamente. Além disso, Montag não tem muito controle das suas reações, que acabam não fazendo muito sentido, e isso me deixou um pouco perdida. Mas o protagonista não tem que ser bom para o livro ser e acho que Fahrenheit 451 mostra isso perfeitamente.

Uma frase famosa que descreve esse livro é "Ignorance is bliss" que significa ignorância é felicidade. O livro te faz repensar sobre a sua vida porque o mundo está caminhando pra direção da sociedade desse livro, uma sociedade que não busca se informar; uma sociedade que, pra se proteger da tristeza, se torna ignorante; uma sociedade em que tudo imposto é aceito; uma sociedade em que o entretenimento nas grandes telas (que ocupam a parede inteira do comodo no livro) não tem o menor significado e mesmo assim todos assistem. E o final do livro - que é brilhante - traz outra reflexão muito interessante também.

Depois de ler esse livro você para pra refletir como você tem agido na sociedade, se você só tem concordado com tudo ou simplesmente pensar 'e se...?', e eu adoro quando um livro é capaz disso, de te fazer pensar. Outra coisa é que o livro não parece ter sido escrito há 60 anos, pois cada dia mais a sociedade tem ido para o caminho descrito pelo livro, fazendo-o parecer muito atual.

E vocês, o que acharam da ideia do livro? Curiosos?

Até quinta,

Letícia.

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